A secretária de Energia da Argentina, Flavia Royón, contou a empresários locais na última segunda-feira 12 que seu governo já teria conseguido “um financiamento de US$ 689 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES)”. A notícia correu via agências internacionais.
Questionado, o BNDES confirmou que houve uma consulta oficial por parte do governo de Alberto Fernández, via embaixada em Brasília, e também por empreiteiras brasileiras. “Não há pedido formal de financiamento protocolado”, alertou o banco.
Embora o pedido formal não tenha sido feito, o projeto de financiamento consta de memorando de entendimento sobre parceria energética assinado pelos dois governos em novembro, e já foi objeto de reuniões técnicas, contando com o apoio do ainda ministro Paulo Guedes.
“Estamos namorando ideias de fazer o nosso gasoduto de Vaca Muerta, na Argentina, para se integrar ao nosso sistema de distribuição de gás –dando um choque de energia barata”, disse Guedes, na ocasião. Ele também mencionou a possibilidade de recorrer ao banco dos BRICS. O gás viria da reserva argentina de Vaca Muerta.
Este ano, o Brasil importou cerca de US$ 1 bilhão em eletricidade e outros US$ 350 milhões em gás natural da Argentina. O tema também foi pauta do encontro de Lula com Fernández, após a vitória do petista, que já deu aval. O BNDES será presidido por Aloizio Mercadante.
Segundo o embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli, o gasoduto é estratégico para os dois países. “Esse financiamento é essencialmente para a aquisição de tubos e placas de aço no Brasil”, disse a O Antagonista. “Estamos avançando de forma positiva, mas agora depende do próximo governo.”
Ele informou também que esse último trecho do gasoduto, na fronteira com o Brasil, ainda está em processo de licitação. Com apoio do BNDES, a Odebrecht (atual Novonor) já construiu milhares de quilômetros de gasodutos no país vizinho, nas últimas duas décadas.
Fonte: O Antagonista.
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