Presidente, que continua sem legenda, tem até março do ano que vem para decidir sobre o assunto e poder concorrer à reeleição
Jair Bolsonaro ainda não tem um partido para concorrer à reeleição no ano que vem. Ele tem até março de 2022 para decidir.
Alguns aliados defendem que Bolsonaro precisa escolher logo sua legenda, pois “poderá ficar sem tempo hábil para construir uma base partidária e trabalhar nos estados”. A bancada “bolsonarista raiz” tem cobrado, especialmente, uma definição, pois seus representantes dependem de estarem colados à figura do presidente para sobreviver politicamente.
Há gente no entorno de Bolsonaro, porém, tentando convencê-lo a deixar a decisão para 2022. O principal argumento nesse sentido é o de que, se o presidente optar por uma sigla menor, poderá acabar acelerando um eventual desembarque do Centrão.
“A estratégia agora é de muita reserva sobre esse assunto. Ele tem até março para decidir. Não imagino que não tenha partido não querendo ele”, afirmou um interlocutor do presidente, minimizando possíveis prejuízos da situação atual.
Ciro Nogueira, presidente do PP e atual ministro-chefe da Casa Civil, já convidou Bolsonaro mais de uma vez, mas há resistência em alguns estados importantes para o partido, sobretudo no Nordeste, onde há lideranças já prontas para apoiar Lula. As conversas, portanto, estão paralisadas. “O convite foi feito. Agora a decisão é dele”, resumiu uma fonte do PP.
O PL de Valdemar Costa Neto também já fez o convite ao presidente, mas O Antagonista apurou que a possibilidade dessa filiação é mínima, quase nula. O deputado Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara e filiado ao partido, é hoje um dos principais opositores de Bolsonaro.
No Republicanos, não há mais discussão sobre possível filiação do presidente. A iminente fusão do PSL com o DEM também afastou de vez Bolsonaro do partido pelo qual foi eleito em 2018.
Entre os partidos menores, as negociações com o Patriota, lideradas pelo ex-ministro do TSE Admar Gonzaga, minguaram, após a judicialização da tentativa da família Bolsonaro de assumir o controle da sigla. Flávio Bolsonaro mantém, até aqui, sua filiação ao Patriota, mas ele deve sair em breve, quando o pai tomar alguma decisão.
Restam três partidos com os quais Bolsonaro e/ou interlocutores não encerraram as conversas:
- No PTB, de Roberto Jefferson, há grande esperança de possível filiação;
- No PRTB, do falecido Levy Fidelix e atual partido de Hamilton Mourão, reuniões sobre o assunto estão marcadas para os próximos dias;
- No PMB, a presidente Suêd Haidar disse rapidamente por telefone a O Antagonista que “ainda temos muito a conversar”.
A indefinição de Bolsonaro é resultado da sua fracassada tentativa de criar um partido para chamar de seu, a Aliança pelo Brasil.
Fonte: O Antagonista.
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