Pelo que se ouve pelos corredores da cidade, os ânimos andaram exaltados na reunião da Câmara de Vereadores do dia 27 de junho. O motivo dos embates foi a proposta do líder da oposição, vereador Sebastião Lima, sugerindo denominar o bloco de vereadores oposicionistas ao Executivo municipal de “vereadores por Brusque” e não mais simplesmente de “grupo da oposição”.
Pelo visto, Lima não se sente muito à vontade em brandir a bandeira da oposição, pois enxerga um conflito entre o compromisso assumido com seus eleitores e sua situação “de facto” de oposição ao Executivo, o que poderia ser entendido pelos menos avisados de que teriam dado o seu voto a um contumaz bloqueador de projetos eventualmente benéficos para a nossa cidade.
Não devemos esquecer que “situação” e “oposição” são instrumentos imprescindíveis ao funcionamento pleno da democracia, sendo que “oposição” só não existe em regimes totalitários como China, Coreia do Norte e Cuba, onde costumam calar as vozes discordantes à condução dos destinos de seus respectivos países.
Creio que a ideia de levar à pia batismal os vereadores oposicionistas não foi das mais felizes, pois nos conduziria fatalmente à concepção errônea de que aqueles que atualmente dão sustentação política ao prefeito, não estariam lá muito conectados com os interesses da população, o que não me parece justo, ainda que a rejeição do projeto de lei da vereadora Ana Helena Boos, que visava impedir que vereadores eleitos assumissem cargos na prefeitura, nos conduz exatamente nesta direção. Em verdade, rótulo não importa. O que interessa é a qualidade do voto.
Tenho certeza de que o líder oposicionista, em sua mini-cruzada contra a chancela “oposição”, tem em mente aquela oposição burra, ortodoxa, político-partidária, tão em voga em legislaturas passadas e que tanto mal causou à nossa cidade.
Este tipo de oposição deveria ser banida para sempre de nossa casa legislativa para dar lugar a uma oposição consciente, responsável, equilibrada e racional, desvinculada de interesses político-partidários e pessoais, focada unicamente naquilo que seria melhor para a cidade. Estaríamos pedindo demais?
Louvável a atitude da chanceler alemã Angela Merkel nesta semana que passou, por ocasião da votação pelo parlamento alemão da aprovação (ou não) do casamento de pessoas do mesmo sexo. Como presidente do Partido Democrata Cristão (conservador), comunicou aos membros do partido que pessoalmente votaria contra a aprovação, mas que todos os parlamentares do partido estariam liberados para votar de acordo com os ditames da própria consciência. Belo exemplo de exercício da democracia!
Sucata
Acaba de sair no jornal O Município que nossa prefeitura estaria gastando os tubos com o aluguel do maquinário para que a Secretaria de Obras possa cumprir os serviços básicos de manutenção de nossa cidade. Razão destes gastos extraordinários seria o total sucateamento do maquinário próprio.
Tornou-se praxe ouvir dos prefeitos recém empossados a notícia de que a frota de veículos da prefeitura estaria em péssimo estado, pronta para o ferro velho. Isto nos indica, antes de mais nada, a irresponsabilidade e a falta de respeito das administrações ao lidar com a propriedade pública.
Creio que está mais do que na hora de criar uma legislação que obrigue os ocupantes do paço a administrar com responsabilidade os bens sob sua tutela temporária, bem com entregá-los em perfeitas condições de uso, para a gestão que irá sucedê-los.
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