Longos meses se passaram desde o fatídico 2 de maio de 2019, dia em que o já icônico educador Dr. Arno Ristow nos deixou para sempre, não sem legar aos brusquenses a sua profícua atividade pedagógica e administrativa, um seleto patrimônio de corajosas e dinâmicas inovações que modernizaram e ajustaram ao século XX o universo educacional de nossa cidade.
Um condizente e mais do que justo obituário havia sido planejado para coincidir com a inauguração da nova ala do tradicional Colégio Cônsul Carlos Renaux, casa máter do homenageado e que deverá abrigar a biblioteca do educandário que leva o seu nome.
A pandemia, no entanto, e as severas restrições decorrentes, adiaram sine die a festiva programação, que finalmente no dia de hoje, estamos aptos a celebrar.
As minhas primeiras recordações de Arno Ristow me conduzem de volta ao longínquo 1948 quando, recém chegado da Europa e
sem falar uma única sílaba da língua local, vi-me enfiado pelo diretor do Colégio, no segundo ano do Grupo Escolar Alberto Torres, com a expressa orientação à professora Maria Lucia Mayworme de preparar-me para recitar o soneto “Velhas Árvores” de Olavo Bilac na festa do Dia da Árvore, a acontecer em dois meses.
Segundo testemunhos da época, a operação foi coroada de êxito, menos para Mim, Que não entendera patavinas da obra prima do grande poeta.
Relembro Arno Ristow, com quem ainda convivi durante os quatro anos do Curso Ginasial, como uma figura perfeccionista, disciplinada e rigorosa que, com sua esposa Ally Odette, formava um casal vaidoso, sempre impecável no trajar e nos detalhes que compunham sua imagem pública.
Além de suas brilhantes carreiras no magistério, Arno e Ally Odette foram premiados com dois filhos exemplares, Bruno e Arno, ambos médicos de renome internacional, e o que foi mais importante, totalmente dedicados ao bem-estar dos genitores, até o último alento. Sem dúvida, uma família que merece aplausos.
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