Campanha da aliança em torno do PT considera possibilidade de vitória em primeiro turno; comando da campanha bolsonarista critica instituto
As coordenações das campanhas dos principais candidatos avaliaram de maneiras distintas o resultado da pesquisa Datafolha, que mostra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de voto, e Jair Bolsonaro (PL), com 32%.
No PT, a leitura foi de que o ex-presidente Lula tem chances de vencer em primeiro turno. “Continuamos com boa frente, apesar das oscilações. Vitória em primeiro turno na margem de erro e vitória no segundo turno”, disse à CNN um dos integrantes da equipe de comunicação de Lula.
Outro integrante da coordenação da campanha de Lula disse, sob reserva, que o Auxílio Brasil não provocou, ainda, nenhuma alteração importante no eleitorado. Segundo essa fonte, a movimentação existente na pesquisa se dá muito mais em função do que considera uma “quebra da inércia do governo no último período”, como a desoneração dos combustíveis, energia e telecomunicações e o recuo da inflação.
Nesse sentido, quem havia se descolado do Bolsonaro, que votou nele em 2018 mas passou a desaprovar o governo, com as iniciativas do governo no último período, está voltando para ele. Essa fonte conclui a análise dizendo que fica claro que o grande desafio de Lula para ganhar no primeiro turno é o eleitorado evangélico.
Um dos coordenadores políticos da campanha, Wellington Dias disse que “o Datafolha tem sintonia com as pesquisas presenciais mais respeitadas no Brasil e principalmente bate com o que estamos encontrando nas ruas e em cada canto do Brasil com as pessoas cada vez anunciando com firmeza que quer resolver as eleições no primeiro turno”.
“Cristalizando chance da maior vitória da história com maioria no Nordeste, em favor de Lula, e crescendo a chance de vitórias no Sudeste com Lula na frente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e pode esperar também no Espírito Santo. E ainda chance de vitória no Norte e crescendo Sul e Centro Oeste”, afirmou Dias. Para ele, contudo, “a orientação é nada de já ganhou e vamos seguir trabalhando e trabalhando muito até a divulgação do resultado“.
No comando da campanha de Bolsonaro, a reação foi de críticas ao instituto. “Datafolha se acostumou a só acertar no dia da eleição”, afirmou à CNN o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Outro ministro afirmou não comentar pesquisas do instituto.
O coordenador de comunicação da campanha, Fabio Wajngarten, afirmou à CNN: “Vergonhoso. Tentativa de efeito manada. Novamente tenta induzir e manipular a população brasileira”, disse.
Questionado o porquê da avaliação, ele disse: “Diferenças dos dados Ipec, Datafolha e Quaest São Paulo, Rio e Minas Gerais. Por que tamanha diferença? Em São Paulo, Datafolha dando mais de dez de diferença para Lula. Diferenças enormes. Estão ajustando a diferença. De 21 para 15. Não poderiam trazer de 21 para 8/9”, completou.
Outra fonte da campanha disse, porém, que a pesquisa foi na média das outras, com Lula estável e Bolsonaro crescendo. Para esta fonte, o bolsonarista arrependido está voltando, mas há um dado negativo na pesquisa que é a rejeição continuar acima de 50 pontos. A meta é baixá-la para menos de 45.
A margem de erro do levantamento do Datafolha é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Foram ouvidas 5.744 pessoas face a face entre terça-feira (16) e esta quinta (18). A pesquisa, encomendada e divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, foi registrada na Justiça Eleitoral com o número BR-09404/2022. O nível de confiança da pesquisa é 95%.
Fonte: CNN Brasil.
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