Confesso que ando muito jururu com os últimos acontecimentos neste nosso planeta Terra, pois enquanto que lá longe uma brutal e inconcebível guerra de conquista ceifa milhares de vidas, além de garantir tempos amargos para a economia mundial, do lado de cá vemo-nos envolvidos numa guerra ideológica e eleitoral, felizmente sem obuses nem canhões, mas com mortíferas fake news, para achincalhar e destruir os adversários políticos, e solapar os alicerces da democracia, ainda em vigor.
O Brasil vive um trágico momento de polarização política, segundo um dos lados, a luta do bem contra o mal, do sublime contra o lixo, onde todos só querem falar, com ninguém disposto a ouvir, pois cada qual abriga a certeza de carregar na algibeira a fórmula definitiva para resolver os problemas do país.
A terceira via, tão desejada pelos que sonhavam com posturas políticas mais equilibradas e menos agressivas, parece que vai dar com os burros na água, por um lado pela polarização cristalizada mas principalmente pela insistência dos caciques dos partidos do grupo, todos ambicionando a cabeça de chapa para, eventualmente, acabar como presidente da República Federativa do Brasil.
Falar sobre política nos dias atuais pode ser perigoso, mas mesmo assim me achego a alguns amigos, normalmente empresários bem-sucedidos, para dar uma analisada nos últimos impactos neste sempre tenso e movimentado universo político do país. “To cansado”,”não tive tempo”, “estou de saco cheio da política” são coisas que acabo ouvindo de uma elite que eu esperaria estar “sempre alerta” e focada nos destinos do país. Ou seria tática de um amigo “polarizado”, que tenha optado por blindar-se de todas as notícias, para manter intacta a imagem de seu ídolo, pura e casta, como nos tempos do palanque pré-eleitoral.
Vejo no desencanto pelas nossas instituições, na desinformação generalizada e na preguiça da população em preparar-se adequadamente para as eleições, um permanente entrave ao progresso de nosso país.
A berlinda, no momento, anda ocupada, pela “Liberdade de expressão”, pois muitos querem saber, até que ponto podem xingar as autoridades sem acabar no xilindró.
A nossa Carta Magna garante a cada cidadão o direito da livre expressão, desde que não propague o ódio e a violência contra pessoas ou instituições, pois o discurso de ódio não encontra guarida na liberdade de expressão.
Importante frisar também que aquele que difama e calunia pode ser responsabilizado civil e criminalmente, pois a liberdade de expressão não é um salvo conduto para a agressão e a violação da dignidade humana.
Deveras alentadora a presença nas ruas no domingo último, do Instituto Conservador local, em defesa da liberdade de expressão, e decidido, ao que tudo indica e se espera, a encampar esta batalha por uma liberdade de expressão, alinhada aos ditames de nossa Constituição.
Torcemos para que se empenhem na volta do diálogo, no respeito ao argumento contrário, ao pluralismo de ideias e à diversidade de opinião, inerentes a uma sociedade democrática, mas um pouco fora de moda nos dias atuais.
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