Cronograma de imunização ainda não está pronto, mesmo após a data da chegada dos imunizantes da Pfizer ser confirmada
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prevê que as doses da vacina contra a covid-19 para imunizar crianças entre 5 e 11 anos chegarão ao Brasil e serão distribuídas “a partir de 10 de janeiro”.
“Todos os pais e mães que quiserem vacinar seus filhos terão vacina. Em 10 de janeiro, começam a chegar as doses. Temos doses suficientes”, disse Queiroga, ontem, a jornalistas, na sede do Ministério da Saúde. A pasta ainda não divulgou um cronograma concreto para a imunização do novo grupo de brasileiros. Mais cedo, o ministro tinha dado uma outra previsão e afirmava que as vacinas começariam a chegar e a serem distribuídas “na segunda semana de janeiro”.
“Desde 23 de dezembro foi informado no documento posto em consulta pública que já tínhamos contrato com a Pfizer para fornecimento das doses infantis”, afirmou.
De acordo com o ministro, o Brasil será “um dos primeiros países a distribuir a vacina para crianças que os pais desejem fazer”. A vacinação contra a covid-19 em crianças está permitida em pelo menos 31 países de quatro continentes. O imunizante já começou a ser aplicado em países como Estados Unidos, Áustria, Alemanha, Chile, China e Colômbia.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos em 16 dezembro passado, após reunião com um grupo de especialistas em imunologia e pediatria. Contudo, o Ministério da Saúde vem postergando a medida e resolveu fazer uma consulta pública aberta para não especialistas sobre a medida, que foi encerrada no último domingo, contrariando especialistas e até o Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu explicações sobre o Programa Nacional de Imunização (PNI).
Em 31 de dezembro, Queiroga disse que a imunização do público infantil poderia começar na primeira quinzena deste mês. Quando comentou o assunto, ele afirmou que anunciaria o calendário de vacinação ainda nesta semana, após a consulta pública. Ontem, ele não deu os prazos do cronograma vacinal. Segundo o médico, o tópico da imunização do público infantil está definido “de maneira clara e transparente” e a pasta tem uma “ampla discussão com a sociedade acerca do tema, que é fundamental”. “Disseram que as crianças são depósitos de vírus. Nossas crianças são o futuro do Brasil”, declarou Queiroga.
O país recebeu um lote composto por 1,1 milhão de doses da Pfizer no último domingo (02). Essas doses, porém, não serão utilizadas para a imunização do público infantil, já que a vacina para crianças tem dosagem e composição diferentes daquela utilizada para os maiores de 12 anos. A formulação da vacina para crianças será aplicada em duas doses de 0,2 mL, com pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos responsáveis da criança. Para os maiores de 12 anos, o imunizante, que é aplicado em doses de 0,3 mL, tem a tampa de cor roxa.
Apesar do aval da Anvisa para a aplicação da vacina da Pfizer contra o novo coronavírus em crianças de 5 a 11 anos, em dezembro, a polêmica em torno do assunto só aumentou nos últimos dias. A consulta pública recebeu 23.911 participações. Até ontem, no entanto, o órgão não havia divulgado os resultados da medida amplamente criticada por especialistas. O Supremo estendeu até dia 5 o prazo para o governo dar explicações sobre o PNI.
De acordo com o ministro Queiroga, além da consulta, a pasta também pretende realizar, hoje, uma audiência pública, com especialistas “das diversas correntes”. Representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) devem participar da reunião.
No último dia 31, a ministra do STF Cármen Lúcia, atendendo pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), deu um prazo de cinco dias para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) e Queiroga prestem informações sobre a consulta pública. (Com informações da Agência Estado)
Fonte: Correio Braziliense.
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