Na Febraban, Guilherme Mello disse que eventual governo petista vai apostar novamente na expansão do consumo e no investimento estatal
O economista Guilherme Mello, coordenador do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas/Economia do PT, se reuniu ontem à noite com economistas dos principais bancos do país, na sede da Febraban. No encontro, foi questionado sobre as diretrizes econômicas de um eventual governo Lula e como pretende conciliar responsabilidade fiscal com gastos públicos.
Mello deu poucos detalhes sobre o plano de governo. Disse que o PT quer dar “previsibilidade e transparência no orçamento” e que, pessoalmente, defende “uma regra de gastos combinada com uma regra de resultados”. As regras, porém, ainda serão construídas.
Defendeu a reforma tributária, “desonerando consumo e aumentando renda”. Não foi explícito sobre carga tributária, mas deu a entender que não aumentaria. Mas falou que é inevitável gastar mais no primeiro ano, principalmente com o Auxílio Brasil.
O equilíbrio das contas será buscado apenas no longo prazo.
Chamou atenção quando insistiu na fórmula vencida de usar investimento público para promover crescimento econômico. Falou da necessidade de financiar a indústria com dinheiro mais barato e citou o BNDES como grande pilar dessa política.
Questionado sobre como o Tesouro financiaria tais projetos, não respondeu.
No geral, os economistas dos bancos não gostaram do diagnóstico de Mello sobre a economia hoje. Ele pareceu ignorar que é preciso arrumar a parte fiscal para que os juros caiam e deu a entender que um novo governo Lula vai acabar subsidiando financiamento para setores errados de novo, sem conseguir promover crescimento sustentável.
2023 já está precificado. O problema vem depois.
Fonte: O Antagonista.
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