Até que enfim alguém teve a ideia de alertar a administração pública sobre a necessidade de elaborar o Plano de Mobilidade Urbana da cidade, cujo prazo de entrega ao governo federal expira em abril do próximo ano. A proverbial cutucada veio do vereador Paulo Sestrem, que logo após viu aprovado pela Câmara Municipal a sua sugestão da criação de uma comissão que se ocuparia com a elaboração do plano de mobilidade para a cidade.
Não deixa de causar espanto a negligência com a qual o poder competente aborda este plano fundamental para a locomoção em nossa cidade. A questão se agrava quando tomamos conhecimento do fato da existência de um projeto similar, em estado adiantado e produzido durante a gestão Paulo Eccel. Nos diz o bom senso que o ideal teria sido desengavetá-lo e adequá-lo às diretrizes da atual administração municipal, mas a continuidade administrativa, infelizmente, é pouco aplicada no Brasil e os projetos da administração anterior normalmente acabam no lixo.
Que a mobilidade urbana em Brusque anda complicada é um consenso, e acredito que algumas medidas disciplinares se fariam necessárias, antes mesmo implementação do Plano de Mobilidade Urbana, cuja elaboração e aprovação ainda deverão levar meses. Admiro sempre mais a vizinha Guabiruba, um pouco diferente de nossa realidade brusquense.
Pretendem utilizar radar portátil, em pontos estratégicos, para conter motoristas mais abusados e imagino que deverão colher os frutos.
Durante os últimos meses tivemos somente uma única boa notícia relacionada ao nosso sofrido trânsito: a reabertura de uma faixa da ponte Arthur Schlösser, o que deverá amenizar suavemente os sufocantes congestionamentos na área central da cidade.
Todos concordamos com a tese de que o maior problema de nosso trânsito é o excessivo numero de veículos circulando pela cidade. São automóveis, caminhões, motos e bicicletas brigando diariamente por espaço numa rede viária definitivamente não preparada para tamanho volume de veículos, volume que não para de crescer todos os dias.
A indisciplina de uns e o excesso de velocidade de outros também tem contribuído para dificultar mais ainda a nossa já conturbada mobilidade urbana, causando acidentes, alguns com vítimas fatais. Outro complicador preocupante, a meu ver, é o grande aumento de circulação de bicicletas em nossa cidade. Como boa parte das ruas não são dotadas de ciclovias, os ciclistas pedalam na mão ou contramão, atrapalhando o fluxo de veículos e expondo a sérios riscos a própria segurança.
Creio que Brusque deve enfrentar de uma vez por todas a realidade de que a bicicleta tem se tornado a modalidade de transporte alternativo mais popular do mundo, por não poluir, ter uma manutenção barata, ser de manuseio saudável, além de incentivar a população a deixar o carro na garagem. Copenhague (Dinamarca) e Amsterdam (Holanda) são exemplos contundentes do sucesso das bicicletas como transporte e até a nossa Fortaleza está ajustando a sua rede viária a uma ciclovia de 7 km ainda em construção. A iniciativa faz parte de um programa de mobilidade urbana de baixo carbono, parcialmente financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Não tenho dúvida, de que a imediata instalação de radar nos semáforos e em algumas avenidas do Centro, acalmaria os mais afoitos e contribuiria para a segurança geral dos motoristas.
Imagino também que um transporte coletivo mais ajustado aos padrões de conforto da classe média poderia seduzi-los a deixar seus maravilhosos carros em casa.
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