Com as eleições municipais batendo à porta, a elite política começa a mexer-se para decidir “quem vai, e com quem” na disputada maratona ao poder. Aqui na terrinha, um eleitorado mais politiqueiro do que politizado ainda não se permitiu maiores entusiasmos, possivelmente porque os partidos políticos ainda se encontram na fase de definição de candidaturas.
Comenta-se, no entanto, que o veteraníssimo cacique Ciro Roza, o ex-prefeito Paulo Eccel e o atual vice Ari Vequi seriam figuras garantidas no páreo rumo ao paço municipal. Espera-se que nas eleições de novembro os eleitores estejam munidos de paciência, disposição e empenho para avaliar adequadamente a trajetória pregressa, a competência e a honestidade dos candidatos que se propõem a administrar a cidade durante os próximos quatro anos.
Ainda assim, para prevenir futuros dissabores com a nova administração a ser eleita, sugere-se a todos os brusquenses que prezam os valores democráticos que se dirijam à gruta na Azambuja e, de vela na mão, implorem à Santa que nos poupe da belicosidade autoritária do Bolsonarismo, bem como do fanatismo e das maracutaias do Lulopetismo.
A nível nacional, e já de olho nas eleições presidenciais de 2022, aconteceram eventos importantes que deverão dar-nos uma ideia dos rumos da política nacional no futuro próximo. O absolutamente inacreditável aconteceu na última semana de junho quando um “palanque” virtual conseguiu reunir importantes políticos de campos antagônicos para protestar contra a política antidemocrática de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (Psol), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), o apresentador Luciano Huck e dezenas de governadores e presidentes de partido se fizeram presentes. Lula e Dilma foram convidados, mas declinaram.
Como seria de esperar, os tons dos participantes diferiram enormemente: enquanto Boulos bradava “fora Bolsonaro”, Fernando Henrique defendia uma “união pela Democracia e Constituição” e Luciano Huck “novos valores e novos atores”.
Ao mesmo tempo, surgia a notícia da criação de um vigoroso movimento, inicialmente denominado “Cidadão Democrático e de Direito”, que se entende como oposição aos atuais rompantes antidemocráticos, como o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, da intervenção militar e da volta do AI-5, bem como um “defensor e um apoio das instituições democráticas, que podem não ser perfeitas, mas constituem o fundamento de uma sociedade organizada”.
Segundo os organizadores, a ideia é transformar o movimento em partido político para as eleições de 2022 tendo o ex-ministro Sergio Moro como candidato à presidência da República
O que podemos deduzir desta inquietação política na sociedade é a existência de um profundo estresse causado pela pandemia que nos assola, pelo temor de uma crise econômica que já se faz presente e ameaça agravar-se em futuro próximo e da enorme frustração de significativas camadas da população com o governo Bolsonaro, que se elegeu com a promessa de profundas mudanças, de novas políticas e de um Brasil remodelado, mas que para se manter no poder acabou engavetando o seu projeto original, optando por aprimorar o modelo já existente, o que confere ao seu movimento político a justa denominação de Bolsopetismo.
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